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Pai: aquele que tem papel fundamental!

Foto do escritor: Tarsila LeãoTarsila Leão

Crédito: Giselle Sauer

E chega o dia dos pais! A data é puramente comercial, diga-se de passagem, mas assim como o dia das mães, é sempre cercada de reflexões e atenções mais profundas ao sujeito em questão. A imagem do pai mudou bastante nos últimos séculos, em parte por conta do aumento considerável das responsabilidades maternas, que ocorreram no fim do século XVIII. Desde 1866 tínhamos obras falando da importância dos homens terem relações mais estreitas com seus filhos, um dos exemplos é o autor Gustravo Droz, que insistia na importância do afeto e lamentava a existência de pais que não sabiam brincar ou fazer as rotinas diárias com as crianças. E qual seria o motivo de ainda considerarmos o pai como um “ajudante” da mãe na relação paterno-filial, e não como um pai que também tem responsabilidades e deveres para com seus filhos? Sabemos que no início da vida de um bebê, ele depende exclusivamente de sua mãe: é com ela que ele tem uma íntima relação desde o ventre até chegar ao seio materno e aprender a se alimentar na vida aqui de fora. É o cheiro dela e a sua voz que ele passou 9 meses tendo contato 24h por dia. E é com ela, que após seu nascimento, ele tem toda a descarga de ocitocina (para quem não sabe, denominado de hormônio do amor) que contribui muito para o vínculo mãe-bebê. Mas onde o pai entra nesta história? É possível construir vinculação tão forte nestes primeiros meses de vida? Pai tenha calma, neste primeiro momento você construirá seu vínculo com este bebê através da mãe. Será a apoiando e propiciando a díade mãe-bebê tranquilidade e confiança que você conseguirá adentrar nesta relação que ao passar dos meses se tornará mais direta e fantástica. Isso quer dizer que só cabe à mãe os cuidados e preocupações com o bebê? NÃO! Apoiar e propiciar tranquilidade a díade mãe-bebê também faz parte da função paterna e dá aos homens papel fundamental na construção desta nova família e surgimento de afetos diferenciados. Nesse novo cenário, o pai deixa o papel de ajudante para se tornar também protagonista deste novo arranjo familiar. Se você pai estiver bem informado a respeito de tudo que ronda o universo da maternidade (parto, amamentação, pediatra, vacinas, fraldas...) poderá contribuir passando segurança para a mãe, a qual, muitas vezes, pode estar cansada, nervosa e preocupada devido às grandes mudanças do puerpério. Pais que participam ativamente da gestação e parto comprovam a importância da função paterna, uma vinculação que já se mostra extremamente forte na sala de parto, quando ali mesmo já se percebe que seu filho lhe olha fixamente e reconhece sua voz. E Como estar por dentro disso? Busque, ainda na gestação, participar de grupos de apoio aos pais grávidos; faça um bom curso de cuidados com o bebê (que não necessariamente será o do hospital que o bebê nascerá); pesquise em fontes que tenham embasamento científico; procure outras opiniões médicas quando algo sair da previsibilidade, pois sabemos que há bons e maus profissionais em todas as áreas e também profissionais atualizados ou não; dialogue com outros pais para que eles sejam uma rede de apoio para suas angústias e preocupações; e, se necessário, busque profissionais capacitados para lidar com este momento em que tudo parece sair do controle (consultora de amamentação, psicóloga, doula pós-parto...). Passado este primeiro momento, o pai adentra cada dia mais na relação mãe-bebê e constrói o espaço que lhe é de direito. Não se prive de oferecer contato físico para seu filho, pois isso também contribui para o fortalecimento do vínculo: colo, banho, brincadeiras, massagens e passeios com o bebê no sling, são exemplos que você pode praticar. Desta forma, será o pai que mostrará à criança o mundo que existe lá fora, para além de sua mãe. Aproveito para pedir às mães que permitam a entrada do pai nesta relação, deem espaço e oportunidade para que eles também tenham seus momentos tanto nos cuidados quanto nas brincadeiras, que muitas vezes podem soar como radicais demais aos olhos da mãe. De nada adianta reivindicar dos homens uma “maternagem” conjunta se não os deixarmos que o façam da forma mais paterna que lhes couber. Um ótimo dia dos pais, com a consciência de que esta data seja um momento de reflexão e não mais um dia de puro consumismo!

 
 
 
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