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Quer ter leite? Leia as dicas da nutricionista


Durante a gestação as mamas sofrem alterações para dar início a produção do leite humano, que é desencadeada pela ação do hormônio prolactina. Apesar dos níveis de prolactina estarem aumentados na gestação, a sua ação é mais limitada por conta dos hormônios estrógeno e progesterona, que impedem a ação adequada da prolactina.

Após o parto ou a cesárea, a saída da placenta promove uma queda dos hormônios gestacionais permitindo a atuação da prolactina - é importante lembrar que essa atuação vai gradualmente aumentando após o parto, e por isso nos primeiros dias o volume de leite produzido é menor (colostro), e vai gradualmente aumentando. A medida que o corpo tem a atuação mais plena da prolactina ocorre o período de apojadura do leite (ocorre entre 36 e 120h após o parto), em que as mamas costumam ficar bem cheias. Em casos de cesáreas eletivas, nas quais o corpo não sofreu alterações hormonais naturais, pode haver uma dificuldade na apojadura. Como o nível de prolactina é maior à noite, é importante que se amamente com frequência neste período, para manter uma produção satisfatória. Já no final da tarde, sabe-se que é o período de baixa da prolactina e isso pode influenciar um comportamento mais irritado do bebê neste horário.

No puerpério, a manutenção da amamentação é garantida pelo estímulo da sucção do bebê na mama. E esta é a melhor forma de garantir a produção de leite ao longo de todo o período que se deseja amamentar. Certamente você já deve ter escutado algum caso de uma mulher que adotou um bebê e conseguiu amamentá-lo sem mesmo ter ficado grávida, apenas por estimular a sucção da mama. Então, o 1° requisito para a boa produção de leite é SUCÇÃO ADEQUADA.

Porém, sabe-se que não basta apenas produzir o leite, é preciso que ele saia da mama para garantir a alimentação do bebê. É nesse momento que atua um segundo hormônio, o que estimula a saída do leite, chamado de ocitocina. A ocitocina contrai a musculatura da mama e pressiona os locais de armazenamento do leite permitindo a saída dele.

Para a boa atuação da ocitocina é preciso que a mãe esteja tranquila. Um ambiente desconfortável, dor durante a amamentação, ansiedade e estresse, por exemplo, aumentam os níveis de adrenalina no corpo e dificultam a saída adequada do leite. Se não há saída adequada de leite e estímulo mamilar correto, a produção de leite cai sensivelmente. Estar próximo ao bebê, ou até mesmo pensar nele; sentir seu cheiro e ouvir seus sons, também contribuem para o reflexo de ocitocina. O 2° requisito para uma boa produção de leite é estar CONFIANTE E RELAXADA.

No que se refere a alimentação, uma boa hidratação é fundamental para que o volume de leite esteja adequado. Lembre-se que o leite deve ser o único alimento ofertado ao bebê nos 6 primeiros meses de vida, e deve ter um bom conteúdo de água para garantir a hidratação dele. Não há necessidade, nem é indicado, oferecer água, suco ou chás para o bebê antes dos 6 meses. Recomenda-se um consumo de 4 litros de líquidos ao longo do dia para uma mulher que amamenta, fazendo parte deste volume total além da água, sucos e chás. O 3° requisito para uma boa produção de leite é BEBER ÁGUA.

A alimentação é parte fundamental para a produção de um leite nutricionalmente adequado e que gere menores efeitos adversos (intolerâncias, cólicas e alergias) ao bebê. Uma alimentação mais natural composta de frutas, verduras e boas fontes de fibras e gordura é fundamental para que o bebê se sinta mais confortável e estimulado para alimentar-se garantindo a adequada sucção e menos eventos estressantes para a mãe.

Apesar da grande crença do efeito do milho na produção de leite não ter embasamento científico comprovado, os relatos e observações clínicas reforçam o aconselhamento do uso desse cereal na alimentação das lactantes. Outros cereais também podem ser estimulados como o arroz integral, a aveia e a quinoa - que também são relatados como promotores desse aumento. Um outro cereal que popularmente é associado ao aumento da produção é a cevada, principalmente o consumo da cerveja preta. Apesar da associação, é fundamental ressaltar que a ingestão de bebidas alcoólicas é contra indicada na amamentação.

Outros alimentos comumente associados ao aumento da produção de leite são hortelã, chá de funcho, alho,etc. todos sem evidências científicas, mas altamente incentivados por profissionais envolvidos com amamentação. Desta forma, o ​para uma boa produção de leite inclui uma ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, COM FRUTAS, VERDURAS, CEREAIS INTEGRAIS, ÓLEOS VEGETAIS EXTRA VIRGENS e CARNES MAGRAS.

Apesar desses requisitos serem aparentemente simples, apresentam um efeito importante para um sucesso na amamentação. É importante ressaltar que cada mama e experiência com amamentação são únicas. Diferenciam de mulher para mulher e até mesmo de uma gestação para outra. Para tanto, se faz importante ter uma adequada rede de apoio que inclua familiares e amigos próximos que incentivem e apoiem a amamentação; orientações de uma consultora de amamentação durante a gestação para esclarecimentos de mitos e dúvidas, e no pós parto para orientar a adequação da pega, ordenha e cuidados com a mama; e acompanhamento nutricional para adequar a rotina alimentar da casa com a chegada do bebê, visando o consumo de nutrientes variados para a produção de um leite nutricionalmente adequado, bem como para a boa nutrição materna. As rodas de conversa, orientação e troca de experiências também são fontes de informações bastante ricas, desde a gestação até o puerpério.


 
 
 

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